A reversão de mais de 100 parcelas de terrenos pelo Governo da RAEM no âmbito da Lei de Terras é entendida por alguns representantes da indústria do jogo como um mau presságio quanto à iminente renovação das licenças dos casinos.
Quem o noticia é a agência Reuters que contactou com alguns executivos deste sector, os quais vêem a posição “intransigente” do Governo nas disputas pelas concessão dos terrenos como uma “amostra” da mesma atitude que esperam enfrentar aquando da negociação das licenças.
“É realmente um sinal de aviso de que o Governo não vai ceder perante as concessionárias do jogo” disse um alto funcionário de um casino que, à semelhança de outros entrevistados pela Reuters, pediu para não ser identificado. “Ninguém sabe realmente o que vai acontecer” sentenciou.
No entanto, como indica a Reuters, não existe nenhuma ligação directa entre as actuais disputas pelas parcelas de terreno e o licenciamento dos casinos. As primeiras concessões a expirar são as da SJM Holdings e da MGM China, em Março de 2020, e, posteriormente, as da Melco Crown, Galaxy e Wynn em Junho de 2022.
“O facto de termos uma licença agora não quer dizer que teremos uma no futuro. Eles [Governo] estão a criar em nós a expectativa de que alguns operadores não irão continuar”, disse um segundo funcionário não identificado.
Das concessionárias contactadas pela agência de notícias, apenas a Melco respondeu com a expectativa de continuar a trabalhar com o Governo. “A Melco tem raízes profundas em Macau e estamos confiantes de que o Governo irá estabelecer e comunicar critérios e orientações de renovação apropriados e claros”, disse uma porta-voz da empresa. A Sands China, a MGM China, a Galaxy e a Wynn declinaram comentar, enquanto que da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) não foi obtida qualquer resposta.
No início do mês passado, o secretário para a Economia e Finanças assegurou que a renovação dos contratos das concessionárias de jogo e o modelo de atribuição das concessões ainda não estava decidido. Lionel Leong esclareceu ainda que não tinha sido tomada qualquer decisão quanto a uma eventual revisão da Lei do Jogo e que estavam a ser analisados vários aspectos para levar a cabo o concurso público de atribuição das licenças.
Fonte: Ponto Final