Os trabalhadores do sector do jogo costumavam ter “cinco dias de trabalho e dois de folga” por semana, com um salário reduzido, mas a recuperação das receitas do jogo e a época alta do turismo no território veio tornar cada vez mais difícil conseguir as duas folgas semanais.
“Eles podem pedir cinco dias de trabalho e duas folgas semanais, recebendo um salário mais reduzido, mas agora, devido ao crescimento das receitas do jogo e à necessidade de trabalhadores nas mesas de jogo, é difícil que trabalhem apenas cinco dias por semana; portanto, agora trabalham seis dias por semana e têm direito a um dia de folga”, disse aos jornalistas Lou Io Wa, presidente da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo de Macau, à margem de um seminário sobre a saúde e o desenvolvimento dos funcionários do sector.
Lou revelou ainda que a indústria do jogo local enfrenta actualmente uma insuficiência no que diz respeito a trabalhadores como croupiers e supervisores: “Toda a gente sabe: no Verão ou nas estações quentes, eles não podem tirar férias. Alguns membros disseram que têm de ficar em fila de espera para conseguir férias e que, por vezes, quando estão nos últimos lugares, não conseguem.”
Explicando as recentes mudanças, Lou Io Wan – também membro da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) – destacou que a principal razão é o crescimento das receitas do jogo. “Agora, todas as mesas dos casinos estão em funcionamento, mas antes, quando as receitas não estavam tão boas, não eram necessárias tantos trabalhadores e, assim, podiam tirar férias mais longas”, disse.
O problema revelou-se na comunicação entre os trabalhadores do jogo e as suas famílias. Entre as queixas recebidas pela Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo de Macau, 30 por cento dos casos estão associados ao facto de os trabalhadores não conseguirem obter dias de férias nem de manter uma relação próxima com os seus filhos, e 20 por cento têm que ver com as relações com colegas no local de trabalho.
A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo de Macau assume-se focada nas medidas de prevenção, tais como a promoção dos trabalhadores dentro dos casinos ou questionários que, de acordo com os resultados, vão acompanhar no caso de serem detectados problemas.
No que diz respeito ao caso em que a FAOM pediu apoio à Polícia Judiciária (PJ) para investigar a situação em que supostamente algumas pessoas descreditaram a organização, Leong Iok Wa, dirigente da FAOM, disse que o caso foi levado à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) e que espera que o problema seja tratado com seriedade, para criar um ambiente justo. “Continuamos à espera da resposta da CAEAL”, acrescentou.
Fonte: Ponto Final