O Leixões foi esta sexta-feira condenado a dois anos de proibição de participar na Primeira e Segunda ligas, no âmbito do julgamento do processo denominado de Jogo Duplo, relacionado com viciação de resultados no futebol profissional português.
O clube leixonense, atual 11.º classificado da II Liga, foi punido por um crime de corrupção ativa e condenado ainda ao pagamento de uma multa no valor de 60.000 euros. À TSF, o clube já confirmou que vai recorrer das decisões.
Foram condenados a penas de prisão efetiva Gustavo Oliveira (seis anos e seis meses), Carlos Daniel Silva ‘Aranha’ (seis anos e nove meses), Rui Dolores (cinco anos e seis meses), Hugo Guedes (cinco anos e nove meses) e João Tiago Rodrigues (cinco anos e dois meses).
Há ainda 19 arguidos sujeitos a pena suspensa com sujeição de regime de provas, havendo ainda duas multas a registar. Ninguém foi absolvido. Em causa estão crimes de associação criminosa em competições desportivos, corrupção ativa e passiva e apostas desportivas fraudulentas
Os 27 arguidos do processo Jogo Duplo ficaram esta sexta-feira a conhecer o acórdão do julgamento, que se iniciou em 22 de fevereiro de 2018 e cuja leitura foi feita no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.
“Leixões nunca esteve envolvido em apostas desportivas”
À TSF, o presidente da SAD do Leixões, Paulo Lopo, considera injusta a decisão do tribunal e garante que o clube nunca esteve envolvido em apostas desportivas. O responsável vai mesmo mais longe e diz que a justiça quer fazer do Leixões “um exemplo para os outros”.
“Nós sabemos que o Leixões não fez nada. Este é um julgamento que tem a ver com apostas desportivas, o Leixões nunca esteve envolvido em apostas desportivas”, garante Paulo Lopo.
“É caricato e até, de certo modo, constrangedor para a Justiça portuguesa, perante todos os casos que têm existido de corrupção neste país, condenarem o Leixões. É: ‘olhem vamos a este aqui, que é pequenino, dá mais jeito e vamos condenar este'”, avalia.
O clube vai avançar com um recurso por considerar que relacionar o Leixões com o processo Jogo Duplo é “ridículo”. Paulo Lopo garante que a tese do clube vai ser defendida e que o Leixões vai “recorrer até às últimas instâncias”.
“O Leixões não merece ser o bode expiatório de todos os problemas que se passaram e passam no futebol português”, conclui o líder leixonense.
