Chama-se Placard.pt mas é independente da marca de apostas físicas. Acionistas são a Santa Casa, a União das Misericórdias, a Fundação Montepio, a ACAPO e a Cáritas e cobrirá 22 modalidades. Terá ainda linha de apoio psicológico aos jogadores.
“No início da próxima semana” – a data certa só deverá ser confirmada nesta segunda-feira à tarde, durante o evento oficial de lançamento – vai entrar online o 13.º site de apostas desportivas à cota licenciado no mercado regulado português. Chama-se “Placard.pt” mas, segundo Paulo Calado, vice-presidente da SAS Apostas Sociais, SA, empresa criada para o efeito, não terá “qualquer ligação” direta, em termos de negócio, com a marca detida pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que detém o monopólio das apostas desportivas à cota físicas no país e que, em 2017, faturou mais de 500 milhões de euros.
“Não irá haver qualquer partilha de base de dados e mesmo as cotas são diferentes”, diz o administrador da nova sociedade, adiantando que a nova página de apostas irá arrancar com “22 modalidades”. De fora, pelo menos inicialmente, ficarão por exemplo as apostas hípicas, recentemente confirmadas pela SCML para o Placard.
A SCML será ainda assim o acionistas maioritário , controlando 54% do capital da sociedade, mas o restante está disperso por outras quatro instituições de solidariedade social de referência: a União das Misericórdias (16%), a Fundação Montepio (15%), a Cáritas (7,5%) e ACAPO (7,5%).
Os resultados da atividade serão repartidos por estas instituições, com Paulo Calado a defender que esse será um dos fatores que irão diferenciar este site dos concorrentes. “O resultado destas apostas só irá remunerar acionistas que têm fins estatutários e são eles próprios boas causas, causas sociais”, diz.
O novo site poderá fazer uma diferença significativa na capacidade de financiamento destas entidades, em particular das que têm menor dimensão. Em 2017, à época ainda com apenas onze licenças emitidas no mercado regulado, as apostas desportivas à cota online representaram receitas superiores a 68 milhões de euros.
A entrada no mercado da nova marca seguramente causará apreensão à concorrência, sobretudo por trazer consigo o peso e a dimensão da SCML. Mas Paulo Calado assegura que, embora “os acionistas naturalmente desejem ter sucesso”, o foco deste novo produto será em posicionar-se por “prestar o melhor serviço possível aos jogadores”.
Devido ao perfil dos acionistas, o placard.pt promete ter uma conduta socialmente responsável no que ao jogo diz respeito. Nomeadamente através de “mais cuidados na área do jogo responsável e da responsabilidade social corporativa”.
O site terá uma “linha telefónica dedicada” para dar aconselhamento aos jogadores, nomeadamente aos que têm comportamentos aditivos, para além das habituais restrições, como a possibilidade de o subscritor, que terá de ter mais de 18 anos e passar por um processo de verificação também usual, definir plafonds máximos de apostas e até excluir-se do site, ficando impedido de aceder ao mesmo. Segundo Paulo Calado, “mesmo ao nível da comunicação” da nova marca serão tidos alguns cuidados.
“Queremos entrar de uma forma tranquila, responsável, tendo cuidado com os jogadores. E com uma postura mais cuidada em termos de marketing”, resume.
Fonte: Diário de Notícias