Leong Veng Chai indignado com situação frágil dos croupiers

Vítimas de actos de violência por parte de apostadores nervosos, sobretudo nas salas VIP dos casinos, muitos dealers das mesas de jogo são frequentemente pressionados pelos casinos a não...
Vítimas de actos de violência por parte de apostadores nervosos, sobretudo nas salas VIP dos casinos, muitos dealers das mesas de jogo são frequentemente pressionados pelos casinos a não prosseguirem com queixas contra os jogadores agressores.

Os croupiers dos casinos de Macau continuam a ser alvo de agressões por parte de jogadores mal comportados. São garrafas de água, maços de cigarro, copos e outros objectos que são arremessados contra os dealers, sem que estes tenham à mão mecanismos de que se possam valer para se protegerem, denuncia o deputado da Assembleia Legislativa (AL), Leong Veng Chai, que apresentou uma interpelação escrita ao Governo para saber como é que vai ser atacado o problema.

A situação arrasta-se sem que se veja uma luz ao fundo do túnel: já em 2014, o deputado José Pereira Coutinho – eleito na mesma lista de Leong para a AL – interpelou por escrito o Executivo quanto à implementação de medidas para proteger os croupiers que regularmente são agredidos pelos jogadores principalmente nas salas VIP.

Durante o período de 2011 a 2013 foram instaurados 47 processos de inquérito em matéria penal e remetidos ao Ministério Público (MP) relativamente a esse tipo de ocorrência. No mesmo período, foram instaurados 28 processos de investigação sumária em que os trabalhadores de casinos tinham sido alvo de crimes de ofensa à integridade física. Todos esses processos, no entanto, acabariam arquivados por desistência dos ofendidos.

O saneamento dos dealers “desobedientes”

Leong Veng Chai explica que isso muitas vezes acontece porque algumas concessionárias de jogo preferem encobrir os crimes de ofensa à integridade física dos croupiers por receio de melindrar os clientes, principalmente os que costumam apostar elevadas somas nas salas VIP. Quando os dealers são “desobedientes” e persistem na apresentação da queixa, sofrem “consequências retaliatórias e, em muitos casos, são simplesmente despedidos”, observa, sublinhado que, só este ano, já ocorreram pelo menos seis casos do género. “Como no passado, muito provavelmente os inquéritos serão arquivados, como sempre acontece”, acredita.

Na sua interpelação, o deputado eleito por sufrágio directo questiona se o Governo pretende apurar as responsabilidades disciplinares aos concessionários e entidades profissionais para evitar que os crimes sejam repetidos no futuro, e se irá “solicitar a intervenção do Comissariado Contra a Corrupção [CCAC] para averiguar a eventual possibilidade de algumas das entidades responsáveis pela segurança interna dos casinos estarem a proteger as concessionárias de jogo, prejudicando os legítimos interesses dos trabalhadores dos casinos.”

Fonte: Ponto Final

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