Nos primeiros cinco meses do ano (1 de janeiro a 31 de maio), os portugueses apostaram 161 milhões de euros no Placard, o mais recente jogo com a chancela da Santa Casa.
Em média, os portugueses gastaram mais de um milhão de euros (1 059 210 euros) neste portefólio: futebol, basquetebol e ténis. A instituição prepara agora a entrada numa área de negócio menos ortodoxa, por durante anos ter funcionado sem suporte legal: as apostas desportivas online. A candidatura para ganhar uma licença avança numa altura em que passa um ano sobre a entrada em vigor de legislação para o setor.
O nascimento do Placard, em setembro de 2015, cedo foi associado a uma espécie de teste ao modelo das apostas desportivas online, que ganhou regulação a 29 de abril do ano passado e cuja entrada em vigor aconteceu a 28 de junho de 2015. Se o foi, a prova foi superada.
Os portugueses realizaram mais de 48 milhões de apostas em cinco meses e o Placard roubou já o terceiro lugar da tabela ao Totoloto, tendo neste momento à sua frente apenas o Euromilhões e a Raspadinha, líder nos jogos sociais do Estado. Neste período, o jogo que mais atraiu apostas (vendas) foi o Benfica/F. C. Porto, da Primeira Liga, realizado em fevereiro passado. Um só jogo amealhou a quantia de 700 mil euros.
O Placard passou a representar 14,1% das vendas e, apesar das promessas de prémios individuais não serem as mais elevadas – a probabilidade de ganhar é maior, mas a quantia total a atribuir individualmente menor, como explica fonte dos Jogos Santa Casa -,distribuiu em cinco meses 106 milhões de euros em prémios. O valor bruto mais elevado foi de 19,8 mil euros.
Graças ao Placard, o Estado arrecadou mais de 6,9 milhões de euros, correspondentes ao Imposto do Selo aplicável sobre as vendas (4,5% incluídos no preço da aposta) e aos 20% sobre os prémios superiores a 5000 euros, como estipula a lei.
“O ganho máximo possível por combinação depende do montante base apostado, da modalidade de aposta e das quotas atribuídas aos prognósticos selecionados pelo apostador, sendo que a Santa Casa pode recusar apostas quando o ganho possível máximo de uma das combinações seja igual ou superior a 100 mil euros”, explica o departamento de Jogos Santa Casa. A aposta mais baixa pode custar um euro.
Sobre os problemas dos menores apanhados a jogar Placard, avançado pelo “Jornal de Notícias” no início do ano, a Santa Casa explica que não tem havido queixas e aproveita para lembrar “que qualquer tipo de jogo a dinheiro deve ser vedado a menores. Muitas vezes, as pessoas não têm essa noção, mas uma Raspadinha também é um jogo a dinheiro. Os miúdos acham graça ao raspar, mas podem não perceber os contornos do jogo”.
Fonte: Jornal de Notícias