O grupo Sands China, com casinos em Macau, anunciou hoje que vai doar 65 milhões de patacas para “os trabalhos a longo prazo de reconstrução e socorro”, na sequência da passagem pelo território do tufão Hato, na semana passada.
A doação inclui 30 milhões de patacas (cerca de 3,12 milhões de euros) do Sands China e 35 milhões de patacas (3,66 milhões de euros) da fundação Adelson, da família proprietária do grupo, de acordo com um comunicado.
A 23 de agosto, o pior tufão dos últimos 53 anos passou por Macau e causou dez mortos e mais de 200 feridos, deixando um rasto de destruição. Quatro dias depois da passagem do Hato, o território voltou a ser atingido por um segundo tufão, o Pakhar, de menor intensidade, que causou oito feridos ligeiros e pequenas inundações.
“As preocupações da família Adelson e dos nossos colaboradores em todo o mundo estão com toda a comunidade de Macau e, seguramente, com os nossos funcionários locais nesta altura tão difícil”, afirmou Sheldon Adelson, presidente da Las Vegas Sands, empresa-mãe da Sands China.
Adelson lamentou “as perdas sofridas por tantos”, mas destacou “a dedicação de todos que já iniciaram o importante processo de reconstrução”, numa referência aos dez mortos e mais de 240 feridos causados pelo Hato, que provocou ainda prejuízos avultados.
Garantir os recursos financeiros para apoiar este esforço é “uma responsabilidade assumida sem hesitação” pelo Sands China e pela família Adelson, acrescentou.
A Sands China, proprietária do Venetian, do Parisian e do Sands Macau, entre outros, indicou estar a colaborar com as autoridades de Macau na mobilização de recursos técnicos e profissionais, entre os colaboradores do grupo e rede de empresas associadas, para fiscalizar e reparar edifícios, escolas e associações em várias zonas do território, além de “vários milhares” de voluntários que participaram nos trabalhos de remoção de detritos.
A operadora de jogo anunciou um programa de apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME) para acelerar os pagamentos de bens ou serviços fornecidos neste mês e um adiantamento de 50% do pagamento de compras ou contratos realizados até final do ano com fornecedores.
Ao mesmo tempo, a Sands China prometeu criar um fundo para apoiar a educação, a longo prazo, de crianças cujos pais morreram devido ao tufão Hato. Por outro lado, uma equipa especial da empresa está a contactar organizações de solidariedade e não-governamentais para conhecer as necessidades de assistência.
Na segunda-feira, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada em 1962 por Stanley Ho, anunciou que ia garantir cuidados médicos gratuitos à população, durante cerca de um mês, numa das zonas mais atingidas pelo tufão Hato, a Praia do Manduco.
Além de um grupo de voluntários da SJM a prestar serviços de apoios às famílias afetadas, a operadora decidiu também abrir o supermercado exclusivo dos seus funcionários à população que vão beneficiar dos descontos aplicados aos trabalhadores, até 14 de setembro, de acordo com a SJM.
A 27 de agosto, três operadoras de jogo de Macau – MGM, Galaxy e Melco – tinham anunciado doações de 121,5 milhões de patacas (12,6 milhões de euros) para ajudar nos trabalhos de recuperação e apoiar a população.
O universo da Galaxy Entertainment anunciou uma doação de 60 milhões de dólares de Hong Kong (6,43 milhões de euros), “incluindo 30 milhões [de dólares de Hong Kong] da Fundação do Galaxy Entertainment Group, mais uma equivalente contribuição de 30 milhões da família Lui, para apoiar os trabalhos de auxílio às pessoas de Macau”, de acordo com um comunicado do presidente da Galaxy, Lui Che Woo.
A Melco Entertainment anunciou que a criação de um fundo de 30 milhões de patacas (3,12 milhões de euros) para apoiar “os funcionários, a comunidade e os trabalhos de recuperação no rescaldo do tufão Hato em Macau”.
A MGM anunciou uma doação também de 30 milhões de patacas, esclarecendo que a distribuição do dinheiro “será decidida nos próximos dias e meses, com a orientação do Governo de Macau”, de acordo com as necessidades dos funcionários da operadora e das suas famílias a serem “consideradas e incluídas na atribuição de fundos”.
Fonte: Diário de Notícias