Um promotor veterano de jogos VIP em Macau confirmou à GGRAsia que “durante cerca de seis meses” esteve novamente envolvido num tal acordo comercial: neste caso, com a concessionária de jogos de Macau MGM China Holdings Ltd nas suas duas propriedades, MGM Macau e MGM Cotai.
U Io Hong, que tem muitos anos de experiência na promoção de jogos VIP – historicamente referido como o setor de junket – disse à GGRAsia que, tanto quanto é do seu conhecimento, existem atualmente em Macau apenas algumas parcerias semelhantes de junket-casino.
“O governo [de Macau], os concessionários e nós junkets ainda estamos todos a tentar explorar uma forma de como o jogo VIP de Macau pode funcionar no futuro”, explicou o Sr. U.
Pelo menos dois outros concessionários de Macau estão a acolher promotores de jogos nos seus casinos, a GGRAsia foi informada por fontes da indústria.
Esta atividade ainda é permitida aos promotores licenciados pelo governo. Mas o setor assistiu a uma grande queda no negócio, coincidindo com a detenção em novembro de 2021 e janeiro deste ano, respetivamente – de dois dos maiores empregadores de junket: Alvin Chau Cheok Wa, da marca Suncity, e Levo Chan Weng Lin, da marca Tak Chun, em acusações separadas de dirigir operações de jogo ilegal.
Está atualmente em curso um julgamento no tribunal de Macau do Sr. Chau e de outros 20 arguidos. O Sr. Chan de Tak Chun deverá ir a julgamento em dezembro.
A entidade licenciada do Sr. U, Pacific Intermediário Sociedade Unipessoal Lda, está a operar jogo VIP em instalações específicas no MGM Macau e no MGM Cotai. A atividade é realizada através de um programa de rolling-chip, e não envolve qualquer partilha de receitas com o parceiro concessionário, disse o Sr. U.
Acrescentou que a sua atual lista de clientes envolve jogadores do exterior da China continental.
As medidas de repressão do continente contra qualquer “jogo transfronteiriço” que envolva os seus cidadãos, colocam quaisquer fontes de financiamento de clientes do continente, emissão de crédito de jogo ou cobrança de dívidas de tais consumidores, fora dos limites, e criam um “enorme risco” para quem quer que o tente, observou o Sr. U à GGRAsia.
Os restantes promotores de jogos a trabalhar no mercado de Macau, estão confrontados com a possibilidade de termos de licenças e requisitos regulamentares “restritivos”, observou o Sr. U. As novas condições estão estabelecidas num novo projeto de lei de consolidação chamado “Regime para a exploração de jogos de azar”. O diploma deverá ter uma segunda – e última – leitura até novembro, informou o legislador de Macau, Chan Chak Mo, em agosto, aos repórteres.
Na lei, o governo de Macau propôs que qualquer promotor de jogos em Macau só pode trabalhar com um único concessionário de casino de Macau. O governo também propôs a ilegalização de qualquer partilha das receitas geradas nos casinos entre os junkets e os concessionários dos casinos seus parceiros.
U observou à GGRAsia que existem incertezas que turvam a continuidade do seu próprio negócio de junkets, nomeadamente na versão final do projeto de lei que estabelece os termos regulamentares para junkets, bem como o resultado do processo de concurso público em que os seis operadores de casinos de Macau em atividade estão a procurar assegurar um novo período de concessão de 10 anos cada um.
A GGRAsia solicitou a cada um dos atuais seis operadores de casinos da cidade que confirmasse com que junkets – se é que existem – estão atualmente a trabalhar. Não recebemos resposta de nenhum deles, na altura em que foi publicada esta notícia.
Vários operadores de casinos de Macau confirmaram anteriormente a cessação da parceria com operadores de junket, com efeitos a partir de dezembro do ano passado. O recuo do setor do junket coincidiu com o encerramento de todas as salas VIP do então grande promotor de junket, Suncity Group, no dia 1 de dezembro.
Fonte: GGRAsia