França: Procuradores franceses investigam manipulação de resultados em Roland Garros

Os procuradores franceses disseram na terça-feira que iniciaram uma investigação sobre suspeitas de manipulação de resultados no Open de França, alegadamente envolvendo um jogo de pares feminino. “É um...

Os procuradores franceses disseram na terça-feira que iniciaram uma investigação sobre suspeitas de manipulação de resultados no Open de França, alegadamente envolvendo um jogo de pares feminino.

“É um jogo da primeira ronda com jogadoras que não são conhecidas”, disse à AFP uma fonte da Autoridade Nacional do Jogo (ANJ), sob condição de anonimato, sem especificar qual o jogo visado.

O diário desportivo francês L’Equipe e o jornal alemão Die Welt noticiaram que o jogo em questão era o encontro da primeira ronda, a 30 de setembro, entre as romenas Andreea Mitu e Patricia Maria Tig e a adversária Yana Sizikova, da Rússia, que jogava com a norte-americana Madison Brengle.

As suspeitas recaem sobre o quinto jogo do segundo set, que a dupla romena venceu com um ponto de vantagem depois de Sizikova ter cometido duas duplas faltas.

O L’Equipe noticiou que foram apostadas grandes somas de dinheiro na vitória das romenas nesse jogo e que as apostas foram efetuadas em vários países

As romenas venceram o jogo por 7-6 e 6-4.

Os procuradores afirmaram que estavam a investigar uma alegada “fraude num grupo organizado” e “corrupção ativa e passiva no desporto”.

Uma fonte da investigação afirmou que as apostas efetuadas no jogo foram “anormalmente elevadas” e ascenderam a “dezenas de milhares de euros”.

A fonte da ANJ disse que a autoridade não tinha detetado quaisquer anomalias no mercado francês do jogo.

“Devem ter tido medo de apostar em França. Tentaram distribuir as apostas por outros mercados, mas os responsáveis pela indústria das apostas sabem fazer as suas contas”, disse a fonte.

A ANJ recebeu informações sobre a atividade suspeita de apostas de operadores privados e foi também alertada pelo Sistema Global de Monitorização de Lotarias e pela Rede de Plataformas Nacionais do Conselho da Europa, que combate a manipulação de competições desportivas.

A Unidade de Integridade do Ténis, o organismo anti-corrupção do desporto, disse que não comentaria a investigação “de acordo com a nossa política de confidencialidade operacional”.

O ténis já lutou contra a manipulação de resultados no passado, mas os grupos organizados visam normalmente torneios de nível inferior e não eventos do Grand Slam como o Open de França.

Em janeiro, o ex-jogador do top-100 João Souza foi banido para toda a vida e multado em 200 000 dólares por viciação de resultados e outros crimes de corrupção.

Segundo o organismo anti-corrupção, uma investigação revelou que o brasileiro tinha combinado jogos em eventos ATP Challenger e ITF Futures no Brasil, México, Estados Unidos e República Checa.

Souza, que atingiu o 69.º lugar no ranking da sua carreira em 2015, também não denunciou abordagens corruptas, destruiu provas e “solicitou a outros jogadores que não usassem os seus melhores esforços”.

Fonte: France 24

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