Apostas por procuração ainda são prática comum

Uma investigação jornalística da Bloomberg concluiu que as apostas por via telefónica continuam a fazer parte do dia-a-dia das salas VIP do território, não obstante os telemóveis terem sido...

Uma investigação jornalística da Bloomberg concluiu que as apostas por via telefónica continuam a fazer parte do dia-a-dia das salas VIP do território, não obstante os telemóveis terem sido banidos dos espaços para grandes apostadores no início de Maio.

A proibição do uso de telemóveis no interior das salas VIP dos casinos do território ainda não foi imposta há um mês, mas apostadores e agentes do sector já arranjaram forma de contornar as regras impostas pelo Governo, escreve a agência económica Bloomberg.

A 9 de Maio, as concessionárias de jogo do território receberam ordens para impor a proibição do uso de telefones e telemóveis nas salas destinadas aos grandes apostadores, numa medida vista como essencial para acabar com as chamadas apostas por procuração (proxy betting), as apostas feitas por terceiros em nome de um apostador cuja identidade é o mais das vezes desconhecida. A estratégia é muitas vezes associada a fenómenos como a lavagem de dinheiro e a fuga de capitais.

O Governo assegurou no início do mês passado que estava a trabalhar com as concessionárias de jogo para garantir que as novas especificações são cumpridas, mas a Bloomberg adianta que o recurso ao telemóvel, ainda que dissimulado, ainda é prática comum nas salas VIP do território. A agência falou com funcionários de três promotoras de jogo, que revelaram que ainda conduzem apostas por procuração através de dispositivos auditivos sem fio que permanecem ligados ao telemóvel. Os aparelhos são por vezes dissimulados por apostadores com cabelo cumprido, que ocultam o recurso a soluções tecnológicas, enquanto recebem ordens do verdadeiro apostador.

Outros promotores, escreve a Bloomberg, estarão a recorrer a equipas de dois apostadores, que agem de forma concertada: enquanto um se senta à mesa, o outro comunica ao verdadeiro apostador de que forma evolui o jogo.

Os junkets consultados pela Bloomberg trabalham alegadamente para salas VIP independentes operadas pela Sociedade de Jogos de Macau e pela Melco Crown Entertainment. A operadora liderada por Lawrence Ho emitiu um comunicado em que garante que está a cumprir à risca às novas deliberações impostas pelo Governo. A SJM não respondeu ainda ao artigo publicado pela Bloomberg, mas a directora-executiva da concessionária garantiu recentemente que a empresa reforçou a vigilância nos casinos que explora de forma a garantir que as novas especificações legais são cumpridas.

Singapura proibiu no ano passado as apostas por procuração nos dois casinos da cidade-Estado, impondo coimas pesadas a quem infrinja a lei. Um apostador que seja apanhado a jogar em nome de outro terá que pagar 5 mil dólares de Singapura de multa. Para os promotores de jogo, a punição é bem mais pesada: 200 mil dólares de Singapura e cinco anos de prisão para quem seja apanhado a facilitar a prática.

No caso de Macau, a proibição não se fez acompanhar pela especificação do tipo de punição a que estarão sujeitos eventuais infractores, seja eles apostadores oi promotores de jogo. Reconhecendo a lacuna, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) emitiu uma declaração em que clarifica que tenciona “punir severamente” quem fora apanhado a violar a proibição.

Uma semana depois das novas regras terem entrado em vigor, o director da DICJ, Paulo Martins Chan, adiantou que o Governo ainda estava a estudar a forma como a imposição da proibição pode vir a ser imposta, sugerindo a introdução de agentes infiltrados nas salas VIP dos casinos do território. Em meados do mês passado analistas da Sanford C. Bernstein adiantavam que o organismo dirigido por Martins Chan tencionava reforçar os procedimentos de fiscalização, com a contratação de 50 novos inspectores. Em 2015, e de acordo com estimativas libertadas pela Daiwa Capital Markets, as apostas procuração terão movimentado mais de 2,6 mil milhões de dólares norte-americanos nas salas VIP dos casinos do território.

Fonte: Ponto Final

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